Há 50 anos, o Brasil era bicampeão do mundo no basquete
SÃO PAULO - Há exatos 50 anos a seleção brasileira masculina de basquete escrevia um dos capítulos mais importantes da sua história com uma vitória épica sobre os Estados Unidos (85 a 81), no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Aquele triunfo deu ao Brasil o seu segundo e último título mundial.
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"Não tenho a menor dúvida que foi o maior feito da história do
basquete brasileiro. Tenho um orgulho muito grande de ter participado
desse grupo vencedor e que colocou o Brasil como uma das maiores
potências do basquete mundial", define Amaury Pasos.


O Mundial só foi realizado no Brasil depois da negativa do governo filipino de conceder vistos de entrada aos jogadores iugoslavos. A competição que seria disputada em Manilha, então, foi transferida para o Rio. Como país-sede, o Brasil não precisou disputar a primeira fase do torneio. Assim, enquanto 12 seleções lutavam por seis vagas na fase final, a seleção treinava em São Paulo.
"As vezes fico imaginando como o tempo passa rápido. Já se foram 50 anos, quando eu ainda moleque, fiz parte daquele maravilhoso grupo. Nossa conquista só aconteceu porque todos eram comprometidos para defender as cores do Brasil. Tenho muito orgulho dessa conquista", afirmou Luiz Cláudio Menon.
O Brasil estreou no dia 16 de maio com uma vitória sobre Porto Rico por 62 a 55. O time foi para o intervalo perdendo por 25 a 27 e apenas no segundo tempo é que a equipe conseguiu "encaixar" o seu jogo e controlou o adversário. Passado o susto da estreia, na segunda rodada o Brasil obteve uma vitória tranquila sobre a Itália por 81 a 62.
Embalado, o time "atropelou" a Iugoslávia no terceiro jogo. Após um primeiro tempo fantástico, no qual o Brasil abriu 51 a 27 no placar, nova vitória, dessa vez por 90 a 71.
Aquela vitória encheu o time de confiança e, na sequência, o Brasil derrotou a França por 77 a 63, numa partida na qual o jogo coletivo foi a principal virtude da equipe e quatro jogadores marcaram mais de dez pontos. Depois, o Brasil contou com uma atuação inspirada de Vítor Mirshauswka, que anotou 27 pontos e liderou a equipe na vitória sobre a União Soviética por 90 a 79.
A consagração final veio no dia 25. A partida diante dos Estados Unidos foi equilibradíssima. O primeiro tempo terminou empatado em 39 pontos. No segundo tempo, o Brasil foi ligeiramente superior e venceu por 85 a 81. O trio Wlamir, Amaury e Vítor marcou 65 pontos e comandou a seleção.
Em sua edição de 26 de maio de 1963, o Estado noticiava que "cerca de 25 mil pessoas lotaram completamente o ginásio e aplaudiram delirantemente o quadro nacional depois de terminada a partida. Quando os jogadores deram a volta na quadra para saudar o público e, este, emocionado, começou a cantar o Hino Nacional Brasileiro".
Nesse sábado, a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) vai homenagear os heróis daquele mundial durante um almoço num restaurante no Itaim Bibi, zona sul de São Paulo. Estarão presentes Amaury Pasos, Antônio Sucar, Benedito Tortelli (Paulista), Carlos Massoni, (Mosquito), Fritz Braun, Jatyr Schall, Luiz Cláudio Menon, Vítor Mirshauswka e Wlamir Marques, além de familiares dos jogadores já falecidos: Carmo de Souza (Rosa Branca), Ubiratan Maciel, Waldemar Blatskauskas e do técnico Togo Renan Soares (Kanela).
"Nunca deixamos de nos encontrar e de falar do que foi um dos maiores feitos do esporte brasileiro. Era um grupo de jogadores determinados em defender as cores do Brasil por puro amadorismo", afirma Wlamir Marques, estrela do Mundial.
Outro destaque daquela conquista foi Kanela, técnico mais vitorioso do Brasil. Sob seu comando, a seleção já havia sido campeã mundial no Chile, em 1959. Kanela também conquistou a medalha de bronze nas Olimpíadas de Roma (1960) e Tóquio (1964). Em Mundiais, além de dois títulos, o treinador levou o Brasil ao terceiro lugar no Uruguai (1967) e foi duas vezes vice-campeão (Brasil/1954 e Iugoslávia/1970).
Uma das principais marcas de Kanela era controlar o time com muita rigidez. Ele costumava, por exemplo, vigiar de perto os jogadores durante os períodos de concentração antes e durante as competições. "Devo tudo que fiz no basquete ao Kanela. Tenho uma eterna gratidão a ele", disse Antônio Salvador Sucar.
LETICIA PEREIRA FERNANDES
Le!! Ficou otimo, adorei o texto , poste +!!
ResponderExcluirBruna Eduarda!!